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A arte de ilustrar fatos: a trajetória de Luciano Veronezi no SENSU TALKS #40

  • SENSU
  • 5 de mai.
  • 4 min de leitura

No Dia Nacional do Cartunista, celebrado em 5 de maio de 2025, o SENSU TALKS não poderia ter escolhido um convidado mais representativo para homenagear a data: o cartunista, ilustrador e infografista Luciano Veronezi. Com quase duas décadas de carreira, Veronezi é hoje uma das referências mais versáteis e respeitadas da imprensa nacional. Desde 2013 na Folha de S.Paulo e desde 2023 como cartunista oficial do programa Roda Viva, seu trabalho transita com fluidez entre a arte, o jornalismo e o humor gráfico.


A live, apresentada por Moura Leite Netto, diretor da SENSU, celebrou a trajetória multifacetada de Veronezi, que começou nos salões de humor do interior paulista e se consolidou nas principais redações do país. O episódio contou ainda com participações especiais em vídeo de jornalistas como Joacir Cury, Mariana Botta, Gabriel Alves e Mário Kanno, que contribuíram com perguntas que enriqueceram ainda mais o bate-papo.


“Sentar na cadeira do Caruso nunca foi um sonho. Foi um chamado"

A emoção marcou o início da conversa, quando Veronezi relembrou a noite de 7 de agosto de 2023, data em que assumiu oficialmente a cadeira de cartunista fixo do Roda Viva, ocupada por mais de três décadas por Paulo Caruso, seu amigo e padrinho artístico.


“Eu nunca pensei em ocupar aquela cadeira. Achava que ia desenhar ao lado do Paulo até os 70 anos. Quando a direção do programa me convidou, foi como um chamado. Fui para homenagear o meu amigo e acabei herdando um legado”.


De São Pedro para o mundo: a trajetória que começou na oficina e na viola

Perguntado por vídeo por Joacir Cury, ex-editor da Gazeta de Piracicaba, Veronezi falou sobre suas origens. Filho de funileiro, músico desde a infância, começou sua vida profissional na oficina do pai, consertando carros e cantando em dupla sertaneja.


“A arte sempre esteve presente na minha vida, mas eu não imaginava que o desenho pudesse virar profissão. O ponto de virada foi quando conheci o Paulo Caruso e comecei a participar do Salão de Humor de Piracicaba”. Foi justamente Caruso quem indicou o jovem desenhista para atuar na Gazeta de Piracicaba, em 2000, iniciando sua carreira na imprensa.


"Ser artista foi algo que sempre esteve em mim"

A jornalista Mariana Botta, que trabalhou com Veronezi no Agora São Paulo, perguntou quando ele percebeu que era artista.


“Desde os quatro anos eu desenhava. Na escola, desenhava os colegas e os professores. Mas foi só aos 20, 21 anos, depois do prêmio no Salão de Humor, que entendi que aquilo podia ser um ofício. Foi quando deixei a faculdade e mergulhei de vez no desenho”.


Entre a funilaria e o cartoon: uma identidade múltipla e em constante reinvenção

Veronezi comentou que nunca teve um traço fixo — e que, ao contrário do que se espera de um cartunista, essa escolha o ajudou a atuar em diferentes áreas do desenho gráfico:

“Nunca fui de fazer tudo igual. Sou como um camaleão: cada projeto pede um estilo diferente. E isso me deu versatilidade para trabalhar com infografia, caricatura, editorial e até escultura”. 


A mágica dos infográficos: transformar ciência em imagem

A pergunta enviada por Gabriel Alves, repórter da Folha de S.Paulo, levou Veronezi a falar sobre a produção de infográficos complexos, como o premiado material sobre transplante cardíaco:


“Para explicar um transplante, eu preciso entender o processo inteiro. Só assim consigo traduzir isso em imagem. O infográfico exige precisão, clareza e um compromisso com a verdade tão grande quanto o do texto”.


Ele destacou ainda que o desafio maior é a diversidade de temas:

“Um dia é transplante. No outro é crise no metrô. No outro é lançamento de foguete. Eu acordo sem saber o que vou fazer. Mas quando descubro, dou o meu melhor”.


Infografia x charge: dois mundos distintos

Na sequência, o mestre da infografia Mário Kanno perguntou sobre as diferenças entre o trabalho mais técnico e a ilustração humorística.


“A infografia exige precisão. Já a charge e o cartum permitem liberdade criativa e subjetividade. Na infografia, cada milímetro comunica uma informação. No cartum, cada traço é uma opinião”.


Veronezi explicou que essa dualidade o obriga a se adaptar constantemente — e que, por isso, é como se fossem dois profissionais distintos convivendo no mesmo artista.


O legado de Paulo Caruso: inspiração permanente

Não foram poucas as vezes em que o nome de Paulo Caruso surgiu ao longo da live. Mais do que uma referência, Caruso foi um orientador, incentivador e amigo. “Ele via meus desenhos e me ligava só para dizer que estava orgulhoso. Paulo era generoso, brilhante e múltiplo. No Roda Viva, ele continua sendo minha principal inspiração”.


Conselho a novos artistas: encontrar o traço próprio da vida

Ao final do episódio, Moura Leite Netto pediu a Veronezi que deixasse uma mensagem para quem está começando na arte do traço. “Desenhe sempre. Não espere o traço ideal. Ele virá com o tempo. Não tenha pressa em ter um estilo fixo. O seu estilo é o seu caminho. E ele se faz caminhando”.


SENSU TALKS: uma janela para trajetórias que inspiram

O episódio #40 do SENSU TALKS foi mais do que uma homenagem ao Dia do Cartunista — foi um mergulho sensível e bem-humorado na vida de um artista que soube transformar o improviso em profissão, a dúvida em expressão e a imagem em linguagem.


Assista ao episódio completo no canal da SENSU no YouTube:




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