Jornalista de saúde com ampla experiência em mídia impressa semanal e hard news, Adriana Dias Lopes é editora de saúde e responsável pela gestão da coluna Receita de Médico do O Globo.
Filha de jornalistas, Adriana sempre quis seguir a carreira, apesar dos conselhos do seu pai, que dizia que os jornalistas trabalhavam demais e tinham muitos chefes. “Só que era um paradoxo, pois ele chegava em casa de madrugada exausto - na época trabalhava na redação da VEJA -, mas chegava sempre com um prazer, cheio de histórias para contar e eu ficava babando naquilo, e sempre quis ser jornalista”, lembra.
Convidada do episódio 35 do SENSU TALKS, Adriana Dias Lopes contou sobre a sua trajetória profissional, incluindo as passagens pelas redações do Estadão e da VEJA; a relação entre jornalistas de saúde e pesquisadores; deu conselhos para quem está começando na carreira e recordou os desafios que enfrentou ao trabalhar na editoria de saúde do O Globo durante a pandemia.
“Com a Covid-19, as matérias de saúde se transformaram em hard news e qualquer notícia rendia uma matéria, muitas vezes de capa”, recorda Adriana, que também comentou sobre as transformações do jeito de fazer jornalismo nas últimas duas décadas. Além disso, listou suas matérias mais marcantes, dentre elas a experiência de entrar em uma sala de cirurgia para cobrir o primeiro transplante multivisceral do Brasil. “A operação durou 16 horas, mas correu tudo bem. Essa matéria foi um dos privilégios que o jornalismo me deu”, afirma Adriana.
Quando comentava como foi difícil a transição do jornalismo diário para o semanal, a jornalista revelou como é passar pelo “chicote da VEJA”: “Para escrever uma matéria de uma página, eu tinha que falar com três médicos, pelo menos, e com todas as entrevistas feitas pessoalmente. Fora os títulos e textos super elaborados. Tem um jargão lá que é assim: Se você passar pelo chicote da VEJA, você estará pronto para qualquer coisa. Levei seis meses para escrever sem que tivessem tantas revisões, mas aprendi muito”, frisa Adriana.
Com apresentação do jornalista Moura Leite Netto, diretor da SENSU, o descontraído bate-papo ainda revelou os bastidores de alguns furos conseguidos por Adriana para O Globo, quais os temas que ela considera negligenciados dentro da cobertura de saúde, a mudança de investimentos entre os veículos impressos e digitais e quais aspectos a profissional considera mais apaixonantes dentro do jornalismo de saúde.
Já no final do episódio, Adriana ainda deu dicas para os assessores de imprensa que desejam fazer o follow-up mais certeiro para obter um retorno dela. “Se eu fosse assessora de imprensa, nunca faria isso”, dispara. Saiba o que, assistindo a este episódio.
Confira o episódio!
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