Em nosso país, ainda há muitos desafios para incluir a ciência no imaginário da população que não está nas universidades. Por exemplo, cerca de 90% das pessoas não souberam nomear um cientista brasileiro ou instituição de pesquisa durante um questionário de percepção pública aplicado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, em 2019. Por isso, as atividades de Divulgação Científica, ou seja, explicar a ciência de forma acessível a todos os públicos, têm se destacado nos últimos anos, e o Pint Of Science é uma das propostas com mais sucesso.
No episódio 31 do SENSU TALKS, com apresentação do jornalista Moura Leite Netto, diretor da SENSU, nosso convidado é Luiz Gustavo de Almeida, diretor Nacional do Pint of Science Brasil. No ano de 2023, o evento que reúne palestras de cientistas de diversas áreas do conhecimento aconteceu em 123 cidades pelo país, levando conhecimento especializado no espaço de bares e restaurantes.
“Percebemos logo no começo que o pessoal da academia queria falar sobre ciência fora dos muros das universidades vimos que havia uma demanda reprimida do pessoal que queria escutar sobre ciência”, explica o Doutor em Microbiologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
O Pint of Science nasceu a partir da ideia de dois pesquisadores do Imperial College London, em 2012, visando aproximar os cientistas do público de suas pesquisas. Segundo os organizadores, pessoas com Alzheimer, Parkinson, doenças neuromusculares e esclerose múltipla tiveram a oportunidade de conhecer os laboratórios onde os cientistas passavam grande parte do tempo. Desde então, o evento cresceu para várias partes do mundo, e chegou ao Brasil em 2015 organizado pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, no campus em São Carlos.
Luiz Gustavo destaca que um dos desafios do Pint Of Science no Brasil é diversificar os públicos, visto que as estimativas apontam a presença de 70% do público já ligado, de alguma forma, ao universo acadêmico. Entretanto, ele também informa que há interesses diversos, como pesquisadores de Ciências Humanas e Sociais interessados em pesquisas sobre Ciências Exatas, e vice-versa. “Abordamos desde átomos e galáxias até os problemas hoje em dia, informações sobre o que a gente consome e alimentos. Há muitos assuntos interessantes sobre os quais o pessoal quer ouvir”, conclui o cientista e comunicador.
Confira o episódio:
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