Os jornalistas de saúde têm diversas ferramentas para apresentar informações relevantes ao público: dados estatísticos, relatórios, artigos científicos e outras contribuições aos avanços da saúde. Além dos números, contar histórias de vida e relatos relacionados à saúde humana também têm um alto valor para a Comunicação. Por isso, convidamos no SENSU TALKS #23 a jornalista Lúcia Helena de Oliveira para dialogar sobre como abordar narrativas interessantes e ao mesmo tempo informativas sobre o bem-estar.
“Sempre fui uma criança muito interessada em cultura e viagens, talvez porque meu pai foi um grande contador de histórias. Pensava: quero conhecer pessoas, quero conhecer lugares e decidi fazer Jornalismo”, relembra a jornalista sobre os motivos que a levaram à profissão. Atualmente, Lúcia Helena possui três décadas na cobertura de saúde e já passou por várias redações e veículos de imprensa.
O Blog da Lúcia Helena é atualizado com novas reportagens duas vezes por semana no site VivaBem, do UOL, e ela também criou e coordena a produtora Vitamina Conteúdo. Participou como uma das fundadoras da revista Superinteressante e esteve na direção da revista SAÚDE por 17 anos.
A jornalista recorda que quando iniciou os trabalhos na área no início dos anos 1980, o mundo passava por uma grande crise na saúde global: os primeiros casos de AIDS começavam a estampar as capas dos jornais. Escrever sobre uma nova doença, mas que já carregava estigmas e preconceitos antigos, foi um dos grandes desafios de sua carreira:
“No começo da epidemia, entrevistei a Dra. Valéria Petri (primeira médica a diagnosticar o HIV no Brasil) e o Drauzio Varella (médico pioneiro no tratamento dos grupos vulneráveis). Tomei aquela situação como uma paixão porque percebi como a saúde mexia com as pessoas. Saúde não é apenas a infecção por um vírus ou o desenvolvimento de vacinas para o povo; ela mexe com preconceitos, cultura, com tudo”, relembra Lúcia Helena.
Trazendo para os dias atuais, Lúcia Helena informa que a Covid-19 exigiu adaptações às formas tradicionais de escrever sobre saúde. Segundo ela, os jornalistas de saúde antes da pandemia estavam acostumados a receber críticas do público relacionadas ao conteúdo do texto: “acho que a matéria ficou muito longa, esse conceito não foi bem explicado. Era o tipo de crítica que costumávamos receber”.
De repente, conforme outras áreas não correlatas à ciência se apropriaram do discurso de saúde, a jornalista precisou abordar aspectos desafiadores: “Recebemos críticas muito pesadas. Já era difícil cobrir tantas mortes e o desespero, e ainda tendo que lidar com retorno extremamente agressivo e até mesmo cruel”.
Por fim, a história mais emocionante contada por Lúcia Helena aconteceu durante uma reportagem sobre leucemia no Centro Boldrini, um hospital filantrópico referência no tratamento oncológico para crianças, em Campinas. Para ouvir toda a história e os aprendizados que a jornalista adquiriu na reportagem, acesse o episódio completo no Youtube!
Confira a live:
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