Os convidados do episódio #18 do SENSU TALKS foram os pacientes oncológicos Bia Suzuki, influenciadora sobre câncer colorretal e causadora do Instituto Oncoguia; Anne Carrari, influenciadora sobre câncer de ovário metastático e graduanda em Saúde Pública pela USP; e João Saci, paratleta, influenciador sobre câncer e autor do livro Nascido para Vencer.
Os três convidados tornaram-se disseminadores de informação sobre câncer na sociedade e têm em comum o fato de terem sido diagnosticados ainda jovens com a doença. Com apresentação do diretor da SENSU, Moura Leite Netto, a live foi ao ar em 30 de novembro pelo Facebook e YouTube. Esta e todas as lives anteriores estão disponíveis no canal.
Bia Suzuki conta que recebeu o diagnóstico de câncer colorretal aos 25 anos por meio de uma biopsia de colonoscopia, mas que poderia ter descoberto a doença antes se não tivesse ignorado um pequeno sangramento que começou aos 22 anos. “Eu não acreditava que alguém jovem como eu poderia ter câncer. Minha mãe já havia tido hemorroidas e eu achava que, caso tivesse algum problema, seria o mesmo de minha mãe”, conta. Com o diagnóstico, veio a cirurgia, a bolsa de colostomia, o tratamento e Bia passou a enxergar a vida de outro modo. “Depois do câncer, cuido mais do meu corpo para ter saúde, sou mais grata e uso minha experiência para ajudar outras pessoas”, afirmou.
Para Anne Carrari, hoje com 47 anos, mãe de três filhos, o diagnóstico de um câncer de ovário metastático veio em 2015. Ela tem BRCA mutado. Essa alteração genética torna a pessoa mais suscetível ao desenvolvimento de tumores malignos, como câncer de mama, ovário, próstata e pâncreas. “O único sintoma que eu tinha era inchaço persistente no abdômen, que a maioria dos médicos pelos quais passei considerou que eram gases. Até que fiz uma tomografia em um pronto-atendimento que revelou que eu estava com muito líquido acumulado na cavidade abdominal e com o fígado e peritônio comprometidos”, contou. Em 2015, Anne fez uma cirurgia citorredutora e quimioterapia. Em 2018, teve sua primeira recidiva e passou por uma cirurgia – baço, bexiga e intestino. No começo de 2021, o câncer atingiu a vesícula. “O tratamento do paciente metastático não termina nunca. Mas existe vida depois do diagnóstico. Nós convivemos com uma doença crônica”, disse.
Diagnosticado aos 17 anos com um sarcoma no joelho que levou a amputação da perna, João Saci também passou por vários médicos, que consideravam que ele tinha uma lesão no joelho que iria sumir, antes do diagnóstico definitivo. Na primeira cirurgia, o câncer não foi totalmente retirado – o cirurgião não considerou as margens de segurança do procedimento – o que levou, mesmo com a quimioterapia, à necessidade de nova cirurgia dois meses depois para amputação da perna. “Foi muito difícil aceitar isso naquele momento. Além de jovem, eu já era atleta. No final, foi o esporte que me salvou”, disse. O esporte sempre esteve presente na vida de João Saci e ele credita ao bom preparo físico o fato de ter superado o câncer cinco vezes ao longo de sua vida. Hoje, aos 38 anos, o paratleta contou que mesmo sem uma perna e apenas com uma parte de um dos pulmões, devido a dois nódulos resultantes de uma recidiva de câncer, ele nunca parou de treinar. O medalhista agora se prepara para um ambicioso projeto: escalar o Everest.
Depois do câncer, Bia, Anne e João passaram a compartilhar suas experiências com a saúde e, com isso, informar, inspirar e ajudar pacientes e familiares que precisam passar a lidar com o diagnóstico e tratamento de câncer. Com eles, aprendemos que cada pessoa tem seu tempo e forma de lidar com a situação e que isso precisa ser respeitado; que a presença de amigos e familiares para ouvir é importante; que informação correta realmente pode salvar vidas; e que a imprensa tem um papel importante e um caminho a trilhar de aprendizado em relação à cobertura das diversas doenças oncológicas.
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