Jornalismo e Oncologia: Moura Leite Netto no “Como Nunca Pensei Nisso Antes?”
- SENSU
- 17 de jun.
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Atualizado: 1 de jul.
Na era da informação rápida, das manchetes instantâneas e das fake news, como a imprensa brasileira lida com assuntos que exigem profundidade, tempo e responsabilidade? Foi essa uma das reflexões centrais da participação de Moura Leite Netto, diretor da SENSU Consultoria de Comunicação no videocast Como não pensei nisso antes?, apresentado pelo jornalista Eduardo Cosomano. O episódio abordou temas como a trajetória na comunicação, a cobertura midiática sobre o câncer e os desafios da imprensa frente à complexidade de assuntos de saúde.

Movido pela curiosidade e paixão pela ciência, Moura buscou um Doutorado em Oncologia pelo A.C.Camargo Cancer Center. Essa mesma motivação o impulsionou a fundar a SENSU, agência especializada em ciência, saúde e educação, com o compromisso de levar informação de qualidade à sociedade. Alguns de seus clientes são sociedades e institutos muito importantes no estudo do câncer, como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR), assim como clientes outros clientes de saúde como a startup brain4care e o laboratório Igenomix Brasil e de outras áreas da ciência como o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG) e Instituto de Geociências da USP (IGc), entre outros.
Reconhecido por seu profissionalismo e expertise em Oncologia, que já lhe renderam três convites para o programa Roda Viva, da TV Cultura, Moura compartilha em uma conversa franca e esclarecedora, os marcos de sua carreira e mergulha em temas essenciais para os nossos tempos: o papel vital da vacinação, as lições da pandemia de COVID-19 e as estratégias eficazes para combater a desinformação que tanto impacta a saúde pública e o fazer científico.
Moura começa falando sobre o início da carreira e as primeiras experiências no jornalismo, revelando como a vivência em diferentes redações moldou sua percepção sobre o papel da imprensa. Ele diz que é necessário que a comunicação tenha tempo e escuta e os veículos de comunicação precisam ter responsabilidade ao cobrir temas sensíveis.
A partir desse momento, a conversa avança para os dilemas éticos da cobertura em saúde, especialmente quando se trata de doenças graves. Moura fala sobre o imediatismo e a simplificação de informações complexas. “A imprensa quer sempre ser a primeira, para não ficar para trás. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o excesso de informação acaba gerando estresse e ansiedade. O segredo está em dosar e ter um ritmo, que seja ágil, mas que seja apurado e checado”, afirma o diretor da SENSU.
O jornalista também fala sobre a relação entre ciência, mídia e sociedade, ressaltando a dificuldade de se comunicar avanços reais sem cair em notícias que não são verdadeiras. “Em matérias que citam estudos é necessário não ouvir apenas o autor do estudo. Tem que ouvir outros especialistas”, ressalta.
Além disso, Moura também compartilha sua visão sobre o termo “cura do câncer”, frequentemente utilizado de forma generalizada pela mídia. “Não vai haver um tratamento único para curar todos os tipos de câncer, mas sim tratamentos personalizados para diferentes tipos de câncer”, alerta.
Ao longo do episódio, o tom é reflexivo e acessível. Moura combina a bagagem técnica com uma sensibilidade apurada para o impacto que a comunicação causa nas pessoas, dizendo que é necessário que o jornalista saiba da história antes de publicar qualquer conteúdo.
A participação de Moura Leite Netto no videocast é, antes de tudo, um convite à reflexão sobre como consumimos e produzimos informação. Num momento em que a credibilidade da imprensa está constantemente em xeque, conversas como essa são essenciais para retomar o papel social do jornalismo: informar com responsabilidade, escutar com empatia e comunicar com verdade.
Assista ao episódio completo aqui:
Texto de autoria de Melina Ferrazzo
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