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Desafios da cobertura diária da pandemia no Brasil: visões das cinco regiões do país

Os convidados do episódio #12 do SENSU TALKS foram as jornalistas Fabiana Cambricoli, repórter de saúde do Estadão, de São Paulo (SP); Amanda Milléo, editora de Saúde do jornal Gazeta do Povo, de Curitiba (PR); Adailma Mendes, editora-chefe do O Povo, de Fortaleza (CE); Juliana Contaifer, repórter de saúde do Metrópoles, de Brasília (DF) e o jornalista Fred Santana, criador do portal independente Vocativo.com, de Manaus (AM).



Os cinco convidados, todos envolvidos na cobertura de saúde, um de cada região do país, relataram como têm lidado com o desafio diário de cobrir a pandemia em suas localidades. Com apresentação do diretor da SENSU, Moura Leite Netto, a live foi ao ar em 26 de maio pelo Facebook e YouTube. Esta e todas as lives anteriores estão disponíveis no canal.


No bate-papo, entre colegas das diferentes regiões do país, uma característica em comum – a consciência de sua responsabilidade de levar para suas audiências a informação de qualidade no contexto da grande crise sanitária vivida no país. E, concomitante a isso, desmistificar a enxurrada de fake news sobre a COVID-19, vacinas e tratamentos que percorrem redes sociais e aplicativos de mensagem instantânea. A concorrência com as mentiras geradas por robôs e pessoas mal-intencionadas é grande e prejudica o entendimento das pessoas.


Amanda, da Gazeta do Povo, diz que, algumas vezes, o leitor parece não assimilar a informação. “Vejo nos comentários dos assinantes, observações que são o oposto do que informa a matéria. E me pergunto se não fui clara e didática o suficiente”, afirma. A colega de São Paulo, Fabiana, do Estadão, diz que, em alguns momentos, o fato de estar a tanto tempo reportando tanta notícia triste mexe com o emocional e compactua do sentimento de Amanda em relação ao entendimento da população. “Reportamos a exaustão sobre os cuidados na pandemia e é muito duro ver pessoas que ainda não usam máscaras e aglomeram”, diz.


Juliana, do Metrópoles, conta como é desafiador cobrir a pandemia em Brasília, centro do poder e da política. “Como jornalista de saúde, eu, e meus colegas da área, passamos a cobrir política porque os temas na pandemia estão intrinsicamente ligados”, exemplifica. Como editora-chefe, Adailma, do O Povo, levanta questões relacionadas ao aprendizado de trabalhar com a equipe em home-office. “É preciso pensar na segurança dos repórteres e seguir com o trabalho porque se a imprensa não fizer esse papel, quem vai fazer?”, reflete. Criador do Vocativo.com, portal independente em Manaus, Fred lembra dos momentos mais críticos de sua região, com a falta de leitos e de oxigênio. “As imagens de Manaus divulgadas no restante do país, por mais que fossem chocantes, não refletiram a real gravidade do que passamos. Foi ainda pior”, afirma.


As reflexões dos jornalistas convidados abordaram ainda muitas questões interessantes como o desafio de todos passarem a ter que se informar sobre ciência, entender sobre protocolos de pesquisa e conversar com pesquisadores para checar dados. Há também o desafio de lidar com ataques nas redes sociais e muitas vezes, ter de viver no mundo real daqueles que negam a ciência e agridem justamente aqueles jornalistas mais preocupados com a veracidade das informações.


Fica também estampada a humanidade desses profissionais que precisam enfrentar de perto, tendo como matéria prima de seu trabalho diário, esse momento tão difícil do país e do mundo. São muitos os desafios enfrentados pelos profissionais de comunicação nessa pandemia, mas é preciso reportar cada vez mais o que está acontecendo, porque a informação de qualidade também tem papel importante no combate a COVID-19.


Confira o vídeo na íntegra e inscreva-se em nosso canal:

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