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SENSU CAST 37 – Episódio com Theo Ruprecht aborda vida de frila x redação

  • SENSU
  • 30 de jun.
  • 5 min de leitura

A pandemia de Covid-19 acelerou transformações profundas no mercado de trabalho e o jornalismo não ficou de fora. Levantamento da Federação Internacional de Jornalistas aponta que 40% dos profissionais da área atuam hoje de forma independente, como freelancers. O levantamento, que ouviu 1.300 profissionais de 77 países, revela uma tendência crescente no setor e abre espaço para reflexões sobre os rumos da profissão fora das redações tradicionais. Mas como é a vida de quem troca a estabilidade da redação por uma carreira autônoma? Quais são os desafios, vantagens e aprendizados que esse caminho oferece?


Esse é o tema SENSU CAST #37, o podcast da SENSU Consultoria de Comunicação sobre jornalismo e comunicação corporativa nas áreas de saúde, ciência e educação, apresentado por Moura Leite Netto, jornalista e doutor em Ciências. O convidado deste episódio é Theo Ruprecht, jornalista especializado em saúde e ciência, com mais de dez anos de atuação em grandes veículos e hoje apresentador do podcast Ciência Suja. Com passagens por redações como TV Globo e Editora Abril, Theo compartilha, com franqueza e profundidade, os bastidores da sua transição da redação fixa para o mundo do trabalho independente.


Do esporte para a saúde 


A trajetória de Theo com o jornalismo não foi exatamente linear. Formado pela Cásper Líbero, Theo chegou a trabalhar com jornalismo esportivo, mas a virada para a área da saúde veio por acaso, quando uma vaga na revista Saúde é Vital (atualmente Veja Saúde) cruzou seu caminho após passar em processo seletivo na Editora Abril “A revista Saúde me pegou muito rápido. Era um jornalismo que trazia uma base em ciência. Fui aprendendo na marra, com muita ajuda de editores e cursos. Foi ali que encontrei um propósito”.


Em 2021, depois de uma breve experiência em comunicação institucional no setor hospitalar, Theo decidiu seguir integralmente como freelancer. Desde então, equilibra trabalhos com organizações como Agência FAPESP, Instituto Questão de Ciência e revistas especializadas, com a produção do Ciência Suja — podcast que analisa, com olhar crítico, os bastidores da ciência e seus conflitos de interesse.


“Rotina” de freelancer: organização e educação financeira


Na entrevista, Theo compartilha como faz para organizar a sua rotina. Afirma que a agenda é sua principal ferramenta de trabalho: “A rotina é não ter rotina. Hoje eu coloco tudo que faço na agenda, inclusive o roteiro. Se a gente não reservar tempo para as coisas, a gente perde a noção”. O trabalho como freelancer, acrescenta Theo, exige disciplina, mas também oferece liberdade. Essa flexibilidade, segundo ele, é fundamental para equilibrar a vida pessoal e a saúde mental.


Além disso, Theo destaca a importância da educação financeira. No primeiro ano como autônomo, criou uma média de ganhos mensais com base no ano anterior e passou a planejar os rendimentos futuros com base nessa referência. Para ele, manter uma reserva de emergência e separar as finanças pessoais das profissionais é essencial.


Quanto cobrar? 


Ao longo do episódio, Theo aborda o tema da precificação. Em grupos de jornalistas não é raro ver dúvidas como “quanto cobrar por uma pauta?” ou “esse valor faz sentido?”. Para ele, além de levar em conta tempo e complexidade da tarefa, é preciso considerar a experiência acumulada — e ter consciência do impacto coletivo de aceitar trabalhos por valores irrisórios. “Eu cobro o tempo de pancada que eu tomei. Não posso cobrar qualquer valor só pra fechar um job. Isso prejudica o mercado inteiro”. Theo explica que em redações os preços costumam ser tabelados, enquanto em trabalhos para empresas há mais abertura para orçamentos personalizados.


Apesar das dificuldades — como incerteza financeira, multiplicidade de chefes e necessidade constante de captação de trabalhos —, Theo destaca as vantagens da vida freelancer. Entre elas, a diversidade de pautas, a liberdade de agenda e a possibilidade de adaptação à vida pessoal. “Poder pegar minha filha na escola ou levá-la à natação no meio da semana é algo que não tem preço. O jornalismo move minha vida, mas hoje ele se move junto com outras prioridades”.


Pontos positivos e negativos 


Theo enxerga outras vantagens em ser freelancer, com a diversidade de pautas, a liberdade editorial e a possibilidade de explorar diferentes formatos como pontos positivos. “Profissionalmente é incrível poder fazer coisas tão distintas, aprender com pessoas diferentes e não estar preso a uma única linha editorial”.


Ao falar sobre os desafios da profissão, menciona a solidão da carreira independente, a ausência de mentores e a falta de perspectiva de crescimento dentro de uma empresa. “Eu fui treinado por referências, pessoas muito importantes no jornalismo. Como freelancer, a gente perde essas referências, porque não tem aquela comunicação diária”. 


No episódio, também não faltam reflexões sobre o futuro do jornalismo, o papel das redes de contato e a importância de cultivar uma postura generosa e colaborativa entre os profissionais da área. “A gente precisa parar de enxergar os colegas como concorrentes. Um podcast bom ajuda o outro a crescer. No jornalismo, a gente tem que aspirar coisas melhores — e fazer isso junto”.


Para quem está começando no jornalismo, Theo aconselha buscar diferenciais por meio de cursos, experiências em veículos independentes e, principalmente, cultivar uma rede de contatos. “É um mundo complicado para quem acabou de se formar, mas é possível se destacar sendo resiliente, aberto a oportunidades e criando relações de confiança.”


Mesmo com todas as transformações no mercado, Theo afirma que o jornalismo continua sendo sua maior motivação. “A produção jornalística, a contação de histórias é onde eu quero estar. O jornalismo me ajuda a aspirar coisas melhores e me deixa muito feliz”. 


O SENSU CAST está nas principais plataformas de áudio. E se você ainda não ouviu o episódio 33, também com Theo Ruprecht, vale conferir: nele, os bastidores do Ciência Suja são tema da conversa.


O SENSU CAST é uma produção da SENSU Consultoria de Comunicação, com parceria do Estúdio Banca Podcast. Em cada episódio, uma nova conversa para quem acredita que a comunicação pode transformar a saúde, a ciência e a educação. 


Ouça e aproveite para compartilhar a sua opinião e sugerir temas para os próximos episódios do SENSU CAST.



Ficha técnica

Episódio #37 — Vida de frila x redação

Convidado: Theo Ruprecht

Produção: SENSU Consultoria de Comunicação e Banca de Conteúdo

Roteiro e apresentação: Moura Leite Netto

Edição: J.Benê

Direção: Luciana Oncken


Nós da SENSU Consultoria de Comunicação, tendo como parceiro o Estúdio Banca Podcast, produzimos podcasts e videocasts de diferentes temas das áreas de saúde, ciência e educação. Se interessou em produzir o seu podcast conosco? Envie uma mensagem para contato@sensucomunicacao.com.br. E não se esqueça de ouvir os episódios anteriores e seguir nossos perfis. O SENSU CAST está nas principais plataformas de podcast, todos os meses com um episódio novo.


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