A pandemia de Covid-19 demonstrou que a Comunicação em saúde precisa encontrar novas maneiras de informar o público. Por exemplo, o Instituto Butantan criou, no início de 2021, um perfil no TikTok, a rede dos vídeos curtos. No Jornalismo, as novas plataformas também são uma ferramenta para ganhar novos públicos e contar histórias inovadoras. Assim, o assunto do SENSU TALKS #24 aborda os novos formatos dessa editoria.
A jornalista Chirlei Kohls destaca que o Jornalismo de saúde no Brasil tem desafios que exigem atenção dos profissionais. Além de pesquisadora, ela também é editora na Agência Escola de Comunicação Pública da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Como comunicar para diferentes públicos considerando o cenário de desinformação? Foi com essa pergunta que Kohls iniciou o debate. As novas mídias podem ajudar a responder: “acredito que os novos formatos têm dinamicidade e apresentam novas perspectivas de linguagem. Temos visto também a convergência de meios, ou seja, o material que está nas redes sociais também vai para a televisão, recursos de interação como QR Code e outras possibilidades”, explica.
O editor-chefe da Revista Veja Saúde, Diogo Sponchiato, também contribuiu com o episódio do SENSU TALKS, mediado pelo diretor da SENSU, Moura Leite Netto. Diogo fez um resgate histórico sobre a posição do jornalista frente às novas tecnologias: no começo dos anos 2000, a divisão de funções nas redações era mais clara. Atualmente, essa característica dos veículos de comunicação tem mudado por conta da diminuição do número de profissionais e pela busca pelo repórter multimídia.
“O profissional tem que fazer várias etapas do processo jornalístico sozinho: apura, edita, faz vídeo, aprende a manejar áudio para o podcast, elabora Newsletter”, afirma Sponchiato. Ele também destaca que a reunião de pauta foi perdendo a grandiosidade “Havia tinha jornalistas propondo teses de pautas e momento de debates de discussões. Hoje, o dinamismo e o contexto de redações menores, principalmente depois do Home Office, a gente não tem aquela reunião de pauta clássica”.
Por fim, a jornalista Mariana Vick, formada desde 2021, falou sobre a sua experiência trabalhando em veículos nativos digitais. “Entrei [na redação do Jornal Nexo] muito jovem. Então, trabalhar com os diferentes tipos de formatos era uma coisa muito natural”, relembra. A convergência e colaboração entre os veículos diferentes também é uma característica do Jornalismo das plataformas atuais, de acordo com Vick. Além disso, a jornalista acredita que o Jornalismo de Dados é uma grande oportunidade para o futuro da profissão. “Muitas bases de dados, planilhas que eram impossíveis de serem investigadas há algumas décadas, hoje é muito fácil se você aprende a programar para encontrar dados que não encontraria de outro jeito”, conclui.
Assista ao episódio completo:
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